O combustível é um dos principais custos do setor de transporte. Por essa razão, promover um bom controle de abastecimento é fundamental para aumentar a competitividade da empresa. Ainda mais diante das atuais regras de reajuste de preços praticadas pela Petrobras, que seguem a paridade internacional e o câmbio, com oscilações frequentes.
Apesar da recente redução de preços do diesel na refinaria e da alteração na periodicidade de reajustes anunciada pela empresa, no acumulado do ano, até o mês de junho, o combustível fóssil já apresentou alta de 14%. Ou seja, realmente esse é um dos elementos que mais trazem impactos à rentabilidade das empresas de logística e transporte.
Assim, o controle de abastecimento é essencial para reduzir custos operacionais no setor. Acompanhe em nosso artigo como fazer isso da maneira mais eficiente!
Como explicamos, os preços dos combustíveis são um dos principais custos do transporte de cargas. Para ilustrar, segundo um estudo da Esalq/Log, em 2017/2018, o custo estimado da logística no agronegócio foi de R$120 bilhões. Desses, R$105 bilhões foram referentes à atividade de transporte e apenas R$15 bilhões relativos à armazenagem e estoque.
Os números demonstram o peso dos custos do transporte no setor produtivo. Isso não vale somente para o agronegócio, pois todos os segmentos são afetados. Em 2018, inclusive, toda a economia brasileira sofreu os impactos negativos da crise gerada em torno dos preços dos combustíveis e a paralisação dos caminhoneiros.
O Instituto Paulista de Transporte de Cargas (IPTC) também promoveu um levantamento, com a intenção de analisar o impacto do combustível na atividade logística. De acordo com o trabalho, na média, o combustível representa 27% (para carga lotação) e 13% (no caso de carga fracionada) dos custos.
Vale destacar que o setor de transportes convive com custos fixos (IPVA e seguros, remuneração da mão de obra, depreciação da frota, entre outros) e variáveis (entre os quais o combustível tem grande peso, ao lado da manutenção e lubrificação, por exemplo).
Por ser um custo variável, é possível otimizar seu uso, por meio de algumas estratégias. Entre elas estão definição de melhores rotas, utilização de combustível de qualidade, manutenção do veículo em dia e treinamento do motorista para a condução responsável, entre outros aspectos.
Apesar de o setor não ter controle sobre as flutuações de preços, é possível adotar algumas medidas para melhorar o controle de abastecimento. Com isso, minimizar os impactos desse custo variável na atividade de transporte. Confira, a seguir, as sugestões para melhorar a competitividade de sua empresa.
Não é apenas a distância percorrida que interfere no consumo de combustível. As condições de manutenção das vias ou a presença de tráfego mais intenso também afetam esse indicador. Portanto, ao planejar as rotas de cada veículo, é essencial levar esses detalhes em consideração.
Ao traçar as rotas, também é importante identificar pontos confiáveis para abastecimento e parada para descanso do motorista. Para tanto, procure fazer parcerias com postos revendedores de combustíveis ou orientar os motoristas sobre os estabelecimentos confiáveis em suas rotas.
Afinal, um combustível de menor qualidade pode causar perda de potência e rendimento ou, até mesmo, comprometer o funcionamento do veículo. Muitas vezes, os próprios motoristas sabem indicar os locais confiáveis, pela sua experiência na estrada. Mas, na dúvida, oriente os profissionais para que solicitem ensaios de qualidade e de vazão na bomba, conforme estabelece a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Além disso, é fundamental que o motorista confira a procedência do produto, especialmente no caso dos chamados postos bandeira branca (que têem marca própria, não sendo atrelados a nenhuma bandeira de distribuição). Como nesses casos a legislação permite a compra de produtos de qualquer fornecedor, o posto deve fixar na bomba a origem do combustível que está comercializando.
Depois de identificar os fornecedores, procure formalizar parcerias. Um contrato com o posto pode proporcionar prazos diferenciados de pagamento, menores preços e relatórios de abastecimento, que contribuem para seu controle.
Se o caminhão é um modelo novo, com tecnologia Euro 5, é importante que seja abastecido com diesel S10 (que possui menor teor de enxofre). Trata-se da fase 7 do Proconve, sigla para Programa de Controle de Emissões Veiculares por Veículos Automotores.
Embora seja mais caro do que o diesel S500, é fundamental saber que o uso de um produto inadequado pode causar danos ao sistema de pós-tratamento. Isso compromete o desempenho do veículo, o que leva também ao aumento do consumo de combustíveis.
Vale lembrar que veículos com tal tecnologia precisam, ainda, utilizar o Agente Redutor Líquido Automotivo (Arla 32). A não utilização, além de crime ambiental, prejudica a performance.
Acelerar demais leva ao aumento do consumo de combustíveis. Alternar aceleração com frenagem desgasta os componentes do motor, elevando o gasto do produto, além de reduzir a segurança. Portanto, oriente os motoristas sobre a velocidade ideal em todo o percurso e determine os pontos seguros para parada. O ponto morto também deve ser evitado.
É importante lembrar que a legislação prevê paradas para descanso do motorista, o que contribui para a segurança nas estradas. Assim, procure conciliar os horários determinados para parada com os locais já selecionados para abastecimento.
Exceder o limite de peso também leva ao maior consumo de combustíveis, pois exige mais esforço do motor. O excesso de carga acarreta problemas no sistema de suspensão e nos pneus, além de ser passível de multa.
Adotar rotinas de manutenção preventiva e preditiva é fundamental para evitar a interrupção por falhas, comprometendo prazos. Quando o veículo está funcionando corretamente, a combustão é mais eficiente, o que reduz o consumo de combustíveis.
Esses são os principais aspectos que contribuem para o controle do consumo de combustíveis mais eficiente. É possível, ainda, aumentar a produtividade, com o uso de tecnologias que simplificam o gerenciamento. Um exemplo disso são os softwares para gestão de frotas, que permitem diversos controles, como manutenção, consumo e emissões de ordens de serviço.
Além disso, há sistemas que possibilitam a roteirização de entregas, o que ajuda no planejamento de rotas, e outros para gerenciamento de transporte, que também proporcionam melhor gestão de custos e lucro de cada viagem. O controle de abastecimento eficaz depende de vários indicadores e, sem dúvida, a tecnologia é uma aliada para isso.
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